segunda-feira, 15 de abril de 2013

5º VERSO DOS 8 SLOKAS DE SRI CHAITANYA MAHAPRABHU



 Verso 5 

ayi nanda‐tanuja kinkaram
patitam mam visame bhavambudhau
krpaya tava pada‐pankaja‐
sthita‐dhuli‐sadrsam vicintaya

Ó filho de Maharaja Nanda, Krsna, sou Teu servo eterno; porém de alguma forma caí no oceano de nascimentos e mortes. Resgata-me, por favor, deste terrível oceano de ignorância e situa‐me como um dos átomos a Teus pés de lótus.

O Senhor Krsna, o filho de Maharaja Nanda, é o objeto da devoção de todos. A postura de serviço eterno ao Senhor Krsna é um aspecto inerente à identidade espiritual pura (svarupa) de toda alma espiritual. A jiva, ou alma espiritual, tendo se tornado indiferente ao serviço ao Senhor Krsna, afoga‐se repetidamente no intransponível e medonho oceano da existência material, onde é atormentada pelas três classes de misérias. 

Em tal situação, sua única chance de sobrevivência é o recebimento da misericórdia do Senhor Supremo. Se o Senhor Sri Krsna, em virtude de Sua misericórdia sem causa, aceita a jiva como uma partícula de poeira a Seus pés de lótus, então a identidade encoberta da alma espiritual, bem como sua propensão eterna a servir o Senhor Krsna, tornam‐se novamente manifestas.

A tentativa de obter os pés de lótus de Sri Krsna através do próprio empenho é chamada “arohapantha”. Krsna não pode ser obtido por esse método, senão que, somente por meio da rendição ao desejo e à misericórdia do Senhor Krsna, pode a jiva obter o serviço a Ele. O termo pada‐dhuli (uma partícula de poeira a Seus pés de lótus) aqui utilizado evidencia o conceito da identidade original da jiva como parte e parcela infinitesimal de Krsna.

Até o momento em que a jiva se situe completamente em sua svarupa, ou identidade espiritual original, a presença de anarthas, ou desejos inconvenientes, é inevitável. Nesse estado, a definição da meta última permanece indeterminada, obscurecida por impurezas. O cantar puro do santo nome começa após o despertar de sambandha‐jnana, e somente através de tal cantar puro é possível a obtenção de prema. 

Quando, por meio do contínuo cantar do suddha‐nama, rati aos pés de lótus do Senhor desperta no coração da jiva, ela é então conhecida como jata‐rati‐bhakta, um devoto em cujo coração rati se manifestou. A diferença entre um ajata‐rati‐sadhaka e um jata‐rati‐bhakta é a qualidade do cantar de cada um. Mentirosamente apresentar‐se como um jata‐rati‐bhakta – ou seja, apresentar‐se assim antes de ter atingido tal estágio – é completamente inapropriado.

Após anartha‐nivrtti, a pessoa se situa em “naivantarya”, estado este caracterizado por ininterrupta estabilidade na prática do sadhana (sravana, kirtana e assim por diante). Em seguida, obtém‐se “sveccha‐purvika”, ou invocação voluntária dos passatempos de Krsna em meditação, um estágio avançado de lembrança do Senhor, o qual se manifesta no estágio de asakti. Este é seguido pela condição conhecida como “svarasiki”, desperta no estágio de bhava, na qual os passatempos imanifestos do Senhor manifestam‐se automaticamente no coração em um fluir ininterrupto. Por fim, após estes três estágios, aufere‐se a perfeição final de krsna‐prema.


Extraído do Livro 
Sri  Sri Siksastaka
‐ Sociedade Internacional para a Consciência de Krsna ‐
Composição
Sua Onipotência Sri Krsna Caitanya Mahaprabhu
Comentários
Sua Divina Graça Bhaktisiddhanta Sarasvati Thakura
Tradução
Bhagavan dasa (DvS)

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